Comunicação empresarial: caem as fronteiras entre públicos

Os desafios da comunicação empresarial para diferentes públicos

Os desafios da comunicação empresarial para diferentes públicos

Se “saber mudar é essencial para crescer e garantir o sucesso”, segundo Pereira e Marques (1997), no livro Faces da Decisão: as mudanças de paradigmas e o poder da decisão, as empresas estão no rumo certo, ainda que a passos lentos. É perceptível a transformação, nos últimos anos, da postura das organizações diante dos seus stakeholders. A preocupação com o discurso e seu alinhamento com as práticas organizacionais está muito mais presente, seja por uma mudança de consciência seja pela pressão sofrida pelas novas tecnologias, principalmente pela internet, em que qualquer pessoa se torna autor de conteúdo sobre a empresa.

Assim, as instituições não podem mais visar somente ao lucro e desconsiderar o fato de que elas são um dos elos de um contexto multiparticipativo, com diversos atores sociais. Sendo assim, as relações com os stakeholders se tornam mais sustentáveis, fazendo com que eles sejam mais considerados e valorizados.

Públicos: existe diferenciação entre internos e externos?

Outra mudança recente está na distinção de stakeholders. Não são mais cabíveis os conceitos de “público externo” e de “público interno”. O colaborador, antes considerado público interno, assume também outros papéis dentro da organização, como consumidor, morador da comunidade vizinha à empresa, parceiro e até mesmo acionista. O que permanece, no entanto, são os conceitos de comunicação interna e de comunicação externa. Sendo que essas duas precisam ser estreitamente alinhadas em seus discursos, pois, no fundo, têm os mesmos objetivos: desenvolver um relacionamento construtivo entre empresa e stakeholders.

Comunicação empresarial e as pesquisas

Pesquisas recentes apontam que grande parte das empresas já se preocupa em antecipar informações aos colaboradores antes de divulgá-las ao mercado. No levantamento realizado, neste ano, pela Cristina Panella Planejamento e Pesquisa, 65% das empresas ouvidas priorizam a divulgação das informações aos colaboradores antes de divulgá-las para os demais públicos. O que significa que as empresas reconhecem a importância dos colaboradores no micro e no macro ambientes organizacionais.

A área de comunicação interna, diante de tudo isso, está cada vez mais em evidência e merece toda a atenção por parte dos profissionais de comunicação, que precisam estar antenados aos objetivos estratégicos do negócio, alinhados às diretrizes organizacionais e atentos às necessidades dos clientes internos. Afinal têm que levar para dentro das organizações o melhor que há em comunicação e relacionamento!

neste sentido, os investimentos em canais mais efetivos, em ferramentas gerenciais, em pesquisas e mensurações, em treinamentos e inovações são muito importantes. Assim como, também, o envolvimento de articuladores internos em prol da comunicação multilateral e horizontalizada. É neste momento que entra a participação dos líderes como verdadeiros mentores na promoção de valores, na condução da estratégia e no envolvimento das equipes.

Com atenção a todos esses pontos, a comunicação com os colaboradores ganha mais força e, consequentemente, impulsiona a comunicação interna para o patamar estratégico, com investimentos justos e com a devida valorização.

Por Danielle Nogueira Esteves

Relações Públicas da Press Comunicação

Referências na comunicação:

PEREIRA, Maria José L.de Bretas; FONSECA, João Gabriel Marques. Faces da Decisão: as mudanças de paradigmas e o poder da decisão. São Paulo. Makron Books, 1997.

Grupo de Trabalho de Comunicação Interna/Abracom. Comunicação Interna em tempos de colaboração, transparência e velocidade da informação. São Paulo, 2015.

PANELLA, Cristina. O valor da Comunicação Interna. Pesquisa 2015. Disponível em: http://www.cristinapanella.com.br/. Acesso em: 06 de out.2015

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