Responsabilidade social das empresas ontem e hoje: Manabi

Manabi pratica a responsabilidade social mesmo antes de iniciar suas operações    

Responsabilidade social e sustentabilidade focos da Manabi

Responsabilidade social e sustentabilidade: focos da Manabi

A origem da responsabilidade social

Iniciando nossa reflexão sobre responsabilidade social das empresas pela perspectiva histórica, observamos que, até o início do século XX, cabia às organizações, inclusive perante a legislação vigente, como seu único propósito, a realização de lucros para seus acionistas; porém, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), essa ideia começa a mudar. Em um momento de franca expansão do capitalismo e crescimento das grandes organizações, que ampliou seu poder na sociedade, diversas decisões judiciais americanas foram favoráveis às empresas que fizeram investimentos em ações filantrópicas em outras organizações, muitas vezes contrariando os interesses de grupos de acionistas. Um caso emblemático foi à ação litigiosa da P. Smit Manufacturing Company contra Barlow, em 1953, que, para Ashley (2006), fez surgir o debate público sobre a responsabilidade social das organizações. O pivô da discussão foi uma doação do presidente da empresa citada para a Universidade de Princeton, contrariando os interesses dos acionistas. A interpretação da Suprema Corte de Nova Jersey foi favorável à doação, considerando que uma organização pode buscar o desenvolvimento social, estabelecendo, inclusive, leis que permitissem a filantropia. Já para outros autores, o discurso da responsabilidade social veio à tona com a publicação do livro Social responsabilites of the businessman, de Howard Bowen, de 1953. Assim, o tema começa a crescer a partir da década de 1970 e a partir de então, considerando o contexto socioeconômico, e independente do marco histórico, surgem na esfera pública defensores da ética e da responsabilidade social nas organizações. O argumento foi que outras ações sociais, além da filantropia, considerada como a doação e ajuda de caráter assistencialista, seriam também legítimas, e que produtos ou atitudes nocivas ao meio ambiente e ao homem deveriam ser modificados, independentemente dos retornos financeiros aos acionistas.

Visão atual

Em uma perspectiva contemporânea, entendemos que, como sujeitos sociais, as organizações estão inseridas na sociedade, conectadas aos seus problemas, em um movimento de recíproca afetação; portanto, tem suas responsabilidades com as questões sociais em um sentido de compartilhamento e interação, e não só por causalidade, em função das suas operações e dos efeitos advindos delas. A partir dos anos 1990, vários fatores incrementaram a discussão sobre a ética e a responsabilidade social das organizações, empurrando o discurso para uma direção menos econômica e mais antropológica. Por pressão da sociedade, as organizações saíram de um papel paternalista e filantrópico em relação às questões socioculturais, tendo que se deslocar para uma posição de interação discursiva com a sociedade e suas questões, não só objetivas, mas também subjetivas. Podemos dizer que um dos efeitos dessas mudanças foi a criação do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, considerado um marco histórico no debate sobre a responsabilidade social no Brasil. Ashley (2005) conceitua como responsabilidade social de uma organização: atitudes éticas e moralmente corretas, respeito aos padrões universais de direitos humanos e cidadania e ao meio ambiente, contribuição para a sua sustentabilidade e envolvimento social, cultural e político com as comunidades em que está inserida. Assim dentro desta perspectiva apresentamos o case da Manabi, cliente da Press Comunicação, empresa que mesmo antes de estar operando já trabalha com responsabilidade social.

O CASE DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

Manabi apoia estudantes de Morro do Pilar na Olimpíada do Conhecimento 

A 8ª Olimpíada do Conhecimento FIEMG/SENAI 2014 contou com a visita de dez alunos e cinco educadores de Morro do Pilar, trazidos pela Manabi, empresa brasileira de mineração e logística. A maior competição de ensino fundamental das Américas recebe mais de 800 competidores, no Expominas, desde quarta-feira (3). Até o dia 6 de setembro, data do encerramento da olimpíada, são esperados 300 mil visitantes. Os competidores são divididos em 58 ocupações técnicas ligadas à indústria, ao setor de serviços e à agropecuária. Durante os quatro dias, os concorrentes, alunos do SENAI, Senac e Institutos Federais de Tecnologia, realizam tarefas semelhantes às que teriam em situações reais nas empresas.

Para Glayson Antônio de Almeida, 15 anos, aluno da Escola Estadual Intendente Câmara de Morro do Pilar, visitar a olimpíada vai ajudá-lo a escolher sua profissão. “Vindo aqui vemos de perto a prática das profissões e dá para ter uma noção se é o que realmente queremos fazer no futuro”, afirma.

Thaliriany Georgina Pereira dos Santos, 16 anos, também frequenta a Escola Estadual Intendente Câmara e concorda com o conterrâneo: “É muito importante conhecermos coisas novas, ver como é o dia a dia do trabalho para decidirmos o que vamos fazer, o que queremos ser”. A olimpíada é uma competição de educação profissional, cuja primeira edição foi em 2001. É bienal e dividida em três etapas – escolar, estadual e nacional e seleciona para a WorldSkills International. Tem viés mais prático/técnico que as outras olimpíadas, promovendo atividades reais de setores específicos da indústria e do comércio.

A competição ajuda também na avaliação da qualidade do ensino em questão. Segundo a secretária municipal de Educação de Morro do Pilar , Maria Helena de Moura, o objetivo da visita é inspirar os estudantes e motivá-los a ingressar nos cursos técnicos do SENAI. “No Morro não temos muitas oportunidades de ter contato com as profissões. Como estamos esperando a vinda do empreendimento da Manabi precisamos propiciar aos nossos meninos a troca de experiências e o conhecimento das oportunidades que existem para que se preparem para o futuro”, pondera.

Bibliografia

ASHLEY, Patrícia Almeida (Org). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2006.

DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1999.

DUARTE, Cristiane de Oliveira; TORRES, Juliana de Queiroz. Responsabilidade social das empresas: a evolução do discurso e da prática. In: Instituto Ethos de Empresas e responsabilidade Social. Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades, v.IV. São Paulo: Peirópolis, 2005.